O Rio Grande do Norte apresentou uma taxa de alfabetização de 86,14% entre a população de 15 anos ou mais em 2022. Este é o dado apresentado pelo Censo Demográfico 2022, divulgado na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Os resultados divulgados também apontaram uma taxa de analfabetismo no estado de 13,86%.
No Censo de 1991, o RN alcançou a taxa de 65,1% da população alfabetizada. Na medição do ano 2000 a taxa era de 76,2% e em 2010, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), 82,2%. Em um intervalo de 30 anos, o RN reduziu 21% no número de analfabetos. O RN tem uma taxa de alfabetização superior aos estados do Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Alagoas.
Na avaliação da Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer, a análise das taxas do Rio Grande do Norte revela um cenário complexo e diversificado, destacando tanto os avanços significativos quanto os desafios persistentes. Com uma taxa de alfabetização geral de 86%, o estado demonstra um progresso notável. No entanto, uma análise mais detalhada dos dados por grupos raciais, sexos e faixas etárias revela disparidades históricas e que são fruto de estudo pela pasta.
A secretária de Educação do Rio Grande do Norte, Socorro Batista, aponta, diante dos dados apresentados, os esforços e os desafios enfrentados pelo estado. “Há progressos significativos que alcançamos em termos de alfabetização, especialmente entre os jovens e as mulheres. No entanto, reconhecemos que ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que todos os cidadãos, independentemente de raça, idade ou gênero, tenham acesso à educação de qualidade”, ponderou a secretária.
A análise por gênero mostra que as mulheres, de maneira geral, têm maiores taxas de alfabetização que os homens. A taxa de alfabetização entre as mulheres é de 88,69%, enquanto entre os homens é de 83,35%. Mulheres brancas lideram com uma taxa de 90,98%, seguidas pelas pardas (87,99%) e amarelas (87,02%). As mulheres pretas têm uma taxa de 82,91%.
Entre os homens, a taxa de alfabetização é mais baixa em todos os grupos raciais. Homens brancos apresentam uma taxa de 86,75%, seguidos pelos amarelos (83,76%) e pardos (82,25%), enquanto homens pretos têm a menor taxa de alfabetização, com 77,35%. Esses dados apontam que políticas de educação, seja do nível municipal, estadual e federal, devem levar em consideração esses cenários, especialmente em grupos raciais menos favorecidos, são necessárias para equilibrar esses índices.
A população indígena do estado apresenta uma taxa de alfabetização inferior à média geral, com 78,50% dos indígenas alfabetizados e 21,50% não alfabetizados. Esse dado indica a necessidade de programas educacionais mais direcionados e culturalmente adaptados para essa população, que enfrenta desafios específicos no acesso à educação. Essas políticas estão em discussão em nível nacional pelos fóruns representativos e pelo Ministério da Educação.
Quando examinamos as taxas de alfabetização por diferentes faixas etárias, percebemos uma tendência de diminuição com o aumento da idade. Entre os jovens de 15 a 19 anos, a taxa de alfabetização é de 97,28%, enquanto entre aqueles de 20 a 24 anos é de 96,96%. Nas faixas etárias de 25 a 34 anos e de 35 a 44 anos, as taxas de alfabetização são de 95,86% e 91,18%, respectivamente. No entanto, entre os indivíduos de 45 a 54 anos, a taxa cai para 82,66%.
Esses dados mostram que os jovens apresentam taxas de alfabetização muito altas, próximas a 100%, enquanto as taxas diminuem significativamente em faixas etárias mais altas. Este padrão sugere melhorias na acessibilidade e na qualidade da educação ao longo do tempo, mas também destaca a necessidade de programas de alfabetização voltados para adultos e idosos. Uma das ações da SEEC neste campo é a Política de Superação do Analfabetismo, que, em sua primeira edição, alfabetizou mais de 10 mil potiguares em 113 municípios.
A análise das taxas de alfabetização no Rio Grande do Norte mostra um panorama geral positivo, com altas taxas de alfabetização entre jovens e mulheres. A SEEC reconhece que persistem desafios entre certos grupos raciais, a população indígena e faixas etárias mais altas. As políticas públicas focadas na inclusão educacional para populações indígenas e idosos são essenciais para alcançar uma alfabetização universal. A identificação dessas disparidades permite a implementação de estratégias mais eficazes para garantir o acesso à educação de qualidade para todos.
Fonte: Blog do Barreto com alteração no título