Fundada em 1 de setembro de 1914, foi na segunda metade do século XX que a história da Escola Doméstica (ED) ganhou um novo rumo. À frente da instituição, a educadora Noilde Ramalho assumiu a direção e imprimiu uma verdadeira revolução pedagógica. Sua visão rompeu com a concepção tradicional e trouxe a escola para o centro da modernidade educacional. A reinauguração da ED, em 1954, ganhou manchete de capa na TN. O governador Sylvio Pedroza e outras autoridades prestigiaram a solenidade.
Na edição de 1 de setembro de 2014, quando a Escola Doméstica de Natal (ED) completava 100 anos, a Tribuna transportava os seus leitores ao passado, narrando a começo daquela história: “A ED foi criada em setembro de 1914, fruto da iniciativa do escritor Henrique Castriciano, que propôs ao governador Alberto Maranhão a criação de uma escola para mulheres inspirada em padrões suíços. Para manter a escola, foi criada em 1911 a Liga de Ensino, uma instituição sem fins lucrativos que até hoje mantém a ED com apoio financeiro do Governo do Estado” .
Formar boas esposas, mães e donas de casa. A ED refletia o contexto social do início do século XX, um tempo em que a mulher era destinada quase exclusivamente ao lar. Ainda oferecia ensino de culinária, bordado, etiqueta e economia doméstica. Seu currículo buscava moldar jovens para um papel definido pela sociedade da época, em que a presença feminina na esfera pública era mínima.
Foi na liderança de dona Noilde que o ensino deixou de ser apenas um espaço de preparação para a vida doméstica e passou a se abrir para uma formação integral, estimulando o protagonismo feminino em todas as áreas. Ela defendia que a mulher deveria ocupar um espaço ativo na sociedade. Para isso, reestruturou a proposta pedagógica, valorizando o ensino acadêmico, a cultura, o protagonismo estudantil e a formação humanista.
