Presidente do STF compara processo atual com período da ditadura militar e diz que processo penal é baseado em provas, não em política
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira 8 que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de aliados próximos segue a legislação vigente e ocorre com transparência, diferentemente do período da ditadura militar (1964-1985).
“Tendo vivido e combatido a ditadura (militar), nela é que não havia devido processo legal público e transparente, acompanhado pela imprensa e pela sociedade. Era um mundo de sombras. Hoje, tudo tem sido feito à luz do dia. O julgamento é um reflexo da realidade”, declarou Barroso.
A manifestação ocorre após manifestações em diversas cidades do Brasil com pedidos de afastamento de ministros do STF, em especial do relator da ação por tentativa de golpe, Alexandre de Moraes.
No domingo 7, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante ato na Avenida Paulista, afirmou que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes” e que “ninguém aguenta mais o que está acontecendo”.
Foi a primeira vez que Tarcísio se manifestou publicamente com tom crítico contra a Corte e o ministro-relator. Segundo relatos de integrantes do PL, a demora de Tarcísio em alinhar o discurso com o radicalismo bolsonarista gerou críticas à sua candidatura à presidência em 2026, caso Bolsonaro permaneça inelegível.
Sem citar nomes de agentes públicos, Barroso afirmou ainda que “processo penal é prova, não disputa política ou ideológica”. O presidente do STF disse que prefere não comentar fatos políticos e aguarda a conclusão do julgamento para se pronunciar oficialmente em nome da Corte. O julgamento de Bolsonaro e aliados continua nesta semana.
Fonte: Agora RN