A Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro aprovou quebras de sigilos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal.
O colegiado já teve acesso aos relatórios de inteligência sobre movimentações atípicas do ex-ajudante de ordens, mas agora o requerimento deve dar acesso a movimentação bancária completa de Mauro Cid, no período investigado.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro, apontou movimentação “atípica” e “incompatível” nas contas bancárias do ex-ajudantes de ordens.
Ao analisar as transações financeiras de Cid, o Coaf registrou que o militar movimentou R$ 3,2 milhões em seis meses — de 26 de julho de 2022 a 25 de janeiro de 2023. Nesse período, ele registrou operações de R$ 1,4 milhão em débitos e R$ 1,8 milhão em créditos. Militar da ativa, o tenente-coronel recebe mensalmente uma remuneração de R$ 26.239.
Mauro Cid já foi convocado pela CPI, mas ficou em silêncio. O colegiado aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (de mensagens) do ex-ajudante de ordens.
Já Anderson Torres será ouvido pelo colegiado na próxima semana. A CPI decidiu quebrar os sigilos telefônico e de mensagens de Torres.
A CPI também aprovou a quebra de sigilo do general Carlos Eduardo Feitosa Rodrigues, servidor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro, e de André Luiz Garcia Furtado, coronel e servidor do GSI que esteve no Palácio do Planalto no dia dos atos golpistas.